quarta-feira, 30 de março de 2016

ANIVERSÁRIO DA UENF

                        Crônica de Waldir Carvalho publicada no jornal "A CIDADE"(16/08/1997)

segunda-feira, 28 de março de 2016

CIDADE ALEGRE

Do livro "O Espetáculo"
(Waldir Carvalho)

Introdução do autor:

     (...) e foi observando as pessoas,prestando atenção no comportamento delas,que encontrei assunto para escrever um punhado de crônicas humoradas,que após passarem pelas páginas dos jornais campistas,aqui vão reunidas.São cenas as mais variadas,sob dose de fantasia,vivida na terra dos"Goitacás",mas que podiam ter como cenários outras bandas deste mundo.
E atenção porque já tocou o terceiro sinal e as cortinas vão se abrir."

  CIDADE ALEGRE
(março/1975)
                                                      Campos, na verdade, não é uma comunidade triste, mas já foi uma cidade alegre. Vivia, desde o amanhecer até as primeiras horas da noite, embalada por canções festivas, cantorias simples, de gente simples que tanto exaltavam a alma da gente.
     Os pregões, em primeiro lugar, faziam das horas duras de labuta, momentos amenos de uma festa espontânea. Ali pelas nove da manhã ou pelas três da tarde, o poeta-vendedor passava entoando:

“Empadeiro...
Empadeiro Amazonas
Tem palmito,
camarão, azeitonas”...

     Era a década de trinta. A novidade era o sorvete em casquinhas. Com seu barrilzinho à cabeça e no vozeirão de seu peito o atlético “Arraia” descia a Rua da Constituição a fora gritando:

“Sorvete Iaiá!...
É da Americaná!...”

     Era outras coisas, era época da reva nas mãos de Brindila. Brindila? Sim, aquele poeta e cantor de ópera que italiano de nascimento, sempre confessou sua tristeza de não ter nascido em Campos. Brindila é assunto para uma conferência e não sou eu o mais indicado para pronunciá-la.
Permitam-me, apenas, recordá-lo num desses momentos musicais da cidade que não se repetirão jamais. A cena tinha como figura principal, Brindila fazendo “reclame”, lançando pelas ruas, um grande filme num dos melhores cinemas campista.
     Tarde quente. Todos trabalham ou estudam. De repente, muita música e grande vozerio. Portas e janelas se enchem para ver o luxuoso cortejo em estilo oriental, árabe, por excelência. É uma encenação perfeita de um quadro qualquer das célebres “Mil e Uma Noites”.
     A caravana é imensa. Animais, escravos, odaliscas e o colorido retratam a presença do oriente. O som das trombetas anuncia a passagem do poderoso Ali Babá e seus 40 ladrões.
Montado num jumento enfeitado, entre arcas douradas, está Brindila vivendo o papel do legendário sultão. Com o auxílio de um porta-voz, ele canta uma marchinha que diz:

“Ali Ali Babá
Ali Babá e seus 40 ladrões
Entraram em Campos Iaiá,
No Trianon Iaiá
Pra alegrar os tristes corações”

     Campos, não é triste, mas foi uma cidade muito alegre. E a música de hoje? Descargas abertas, dos carros envenenados, dos caminhões trucados, das motos disparadas.
     Paciência!"

terça-feira, 22 de março de 2016

O SORRISO DA BALCONISTA

                                                           Do livro:" O Espetáculo"
                                                                (Waldir Carvalho)
                                       (crônicas publicadas na década de 70 em jornais locais)

sexta-feira, 18 de março de 2016

NO TEMPO DO HIDROLITOL

                           
                         Crônica extraída do livro "SÓ, NA MULTIDÃO"
                                                   (Waldir Carvalho)

                                No tempo do Hidrolitol
                                               Waldir Carvalho
        O pensamento me levou aos idos de mil novecentos e tanto, quando a sede era combatida (principalmente, em dias de calor) em primeiro lugar,pelo tradicional caldo de cana e em segundo, por um refrigerante conhecido por “Hidrolitol”.
       Não vamos cometer o pecado de dizer que não havia, por exemplo, de capilé ou groselha, que era um xarope misturado com água gelada na hora. Nem tão pouco vamos esquecer da soda limonada,que era uma das melhores coisas.
        A coqueluche, entretanto, naqueles dias a que estou voltando o pensamento era  o Hidrolitol.Era uma bebida bastante gasosa, gostosa e que na impressão de qualquer criança dava a nítida ideia de espetar a língua quando ingerido às pressas.E como era saboroso o Hidrolitol!
       Lembro-me bem: era na descida da Av 7 de setembro.O estabelecimento era pequeno, mas atendia a todos.A freguesia formava fila.Entrava um tostão,virava o copinho avermelhado e  ia embora contente...
      Afirmavam até que o tal refrigerante, que nada tinha de especial a não ser o poder de “curar” o pau-d’água já em último grau...
      Hoje é só lembrança. Quem quiser tomar Hidrolitol terá que ir a Niterói.

     E se está em jogo a tradição,em lugar de viajar, melhor matar a sede com o caldo de uma cana tirada no canavial... 
                            (outono/1984)

terça-feira, 15 de março de 2016

CLUBE DE REGATAS SALDANHA DA GAMA( 1937)




                                   

                               Do livro "Campos Depois do Centenário"-volume I
                                                        ( Waldir Carvalho)

        "O tradicional Clube de Regatas Saldanha da Gama, em Campos dos Goytacazes, fundado em 21 de outubro de 1906. 
       O clube foi inaugurado com a presença do prefeito Dr. Manoel Camilo Ferreira Landim, autoridades e grande massa popular, havendo ainda a apresentação da Banda Musical Lira de Apolo. Em sua sede funcionou a primeira piscina para os associados, localizando-se na Beira-Rio.
      Em 15 de setembro de 1937 foi declarado de utilidade pública pela lei nº. 257.
Em seu cinquentenário o governador Miguel Couto Filho requereu ao presidente do clube Antonio José de Miranda em processo nº. 2944/56, que os prédios 20 e 23 das ruas Barão de Cotegipe e Santos Dumont fossem desapropriados com o objetivo de expandir o clube que atualmente possui uma área de 101.000 m². "

'Filho do Paraíba, o Saldanha da Gama se planta junto de sua corrente e se mantém em vigília acesa, nos esportes, na confraternização dos campistas, no progresso de nossa gente'


 

sábado, 12 de março de 2016

O 'CASINO ' EM CAMPOS(1936)

           O “ CASINO” DE CAMPOS

Do livro "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 1
(Waldir Carvalho)
(Fragmentos do texto original)

     “O Casino (conforme a grafia italiana da época) ao ser fundado (1936) se constituiu
numa grande novidade em Campos, notadamente, no seio da alta sociedade. Tratava-se de uma casa dedicada ao lazer, com jogos e festas ao alcance dos seus refinados frequentadores.
     No começo foi presidido pelo Dr. Plínio N. Machado.
    Sofreu interrupções e foi reinaugurado no dia 9 de maio de 36, na R. 13 de Maio,
no local em que foi construído o Automóvel Clube Fluminense. Da diretoria dessa fase, constavam os seguintes nomes: Drs.Ismael Vivácqua e Sigesmundo Caldas Barreto e srs.Tolipan e Rafael Manhães. O responsável pelo Dptº de Publicidade era o Sr.João João Rodrigues de Oliveira.
    Um ponto de destaque na divulgação do Casino de Campos, era enfatizar que o mesmo era um “ponto de reunião familiar”.
     Ao lado do cassino existia o GRILL ROOM onde desfilaram os mais renomados artistas vindos de várias partes do país e do mundo como por exemplo:Sílvio Caldas,The Reeeve Sisters, Irmãs Pagãs, All Morrison,Wanda Moreno, Nena de Napoli..." 

terça-feira, 8 de março de 2016

DUZENTOS ANOS DO LEVANTE DE BENTA PEREIRA(1948)

Extraído do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I

                                                                      (Waldir Carvalho)

sábado, 5 de março de 2016

TEATRO AMADOR EM CAMPOS(1957)


                                       Do livro:"Campos Depois Do Centenário"- volume II
                                                               ( Waldir Carvalho)

            "No ano de 1957 surgiu mais um grupo teatral na cidade.
Graças à criação do Departamento Teatral da ESCOLA JESUS CRISTO,Instituição de Cultura e Caridade.
A entidade que recebeu o nome de GRÊMIO TEATRAL CASIMIRO CUNHA foi fundada e dirigida por Rubens Fernandes Carneiro, que também foi seu diretor.
           As apresentações se deram, na maioria das vezes, no Teatro Trianon, no palco do Tênis Clube, no Clube Tamoio de Cabo Frio, no Teatro municipal de Niterói ou no palco do próprio grêmio na Rua dos Goitacazes.
          O referido Grêmio encenou ,com sucesso a maior parte do repertório nacional e internacional.Algumas como: A CASA DE BONECAS , de Ibsen; OS INIMIGOS NÃO MANDAM FLORES,JURAMENTO À LONGO PRAZO e a peça A MORATÓRIA ,de Jorge de Andrade, com a qual foi inaugurado,mais tarde, o TEATRO DE BOLSO.
Vale registrar ,que o CASIMIRO CUNHA foi o vencedor do Festival do Teatro Amador de Cabo Frio e do Festival do Teatro Jovem de Niterói."

quarta-feira, 2 de março de 2016

CONFEITARIA "A BRASILEIRA"(1939)

Confeitaria Brasileira - 1963
(Foto: acervo familiar de A. C. Silva)

Do Livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 1
(Waldir Carvalho)

A "BRASILEIRA"

   19 de fevereiro de 1939: era festejado na cidade, o 1º aniversário de fundação da "Confeitaria Brasileira", criação do português Sabino dos Santos, responsável pela fundação de muitas outras casas comerciais do gênero. Adepto da publicidade, Sabino, para comemorar o evento, sem faltar o chopp gelado, fez armar à frente da confeitaria, no início da Av. Sete, um coreto onde tocou sucessos carnavalescos, o conjunto "OS TANGARÁS". A noite, a turma do Saldanha, lhe ofereceu um banquete no Hotel Gaspar. Falaram, na ocasião, os jornalistas Sílvio Fontoura e João Rodrigues de Oliveira. Associou-se à festa, o Bloco dos "Enxutos" e a Bandinha do Orfanato São José.
     Tempo de gente alegre!
   Situada nos baixos de um edifício de quatro andares, no começo da Av. Sete, ali estava a CONFEITARIA BRASILEIRA, representando uma resposta portuguesa... como teria imaginado seu proprietário Sabino dos Santos, figura das mais simpáticas. 


Sabino dos Santos

     Sua casa, era um ponto de destaque no centro da cidade, um ambiente agradável, de bom gosto, e sempre muito frequentado.
Entre as bebidas de origem curiosa, como o "Conhac de Eucaliptus", o comerciante Pasqual Raso era representante de uma cachaça que tinha o nome, AGUARDENTE GENIPAPINA, cuja base não é difícil adivinhar...