sábado, 28 de março de 2015

UMA CRÔNICA SOBRE A CIDADE

Do livro "O Espetáculo"
(Waldir Carvalho)

Introdução do autor:

     (...) e foi observando as pessoas,prestando atenção no comportamento delas,que encontrei assunto para escrever um punhado de crônicas humoradas,que após passarem pelas páginas dos jornais campistas,aqui vão reunidas.São cenas as mais variadas,sob dose de fantasia,vivida na terra dos"Goitacás",mas que podiam ter como cenários outras bandas deste mundo.
E atenção porque já tocou o terceiro sinal e as cortinas vão se abrir."

  CIDADE ALEGRE
(março/1975)
                                                      Campos, na verdade, não é uma comunidade triste, mas já foi uma cidade alegre. Vivia, desde o amanhecer até as primeiras horas da noite, embalada por canções festivas, cantorias simples, de gente simples que tanto exaltavam a alma da gente.
     Os pregões, em primeiro lugar, faziam das horas duras de labuta, momentos amenos de uma festa espontânea. Ali pelas nove da manhã ou pelas três da tarde, o poeta-vendedor passava entoando:

“Empadeiro...
Empadeiro Amazonas
Tem palmito,
camarão, azeitonas”...

     Era a década de trinta. A novidade era o sorvete em casquinhas. Com seu barrilzinho à cabeça e no vozeirão de seu peito o atlético “Arraia” descia a Rua da Constituição a fora gritando:

“Sorvete Iaiá!...
É da Americaná!...”

     Era outras coisas, era época da reva nas mãos de Brindila. Brindila? Sim, aquele poeta e cantor de ópera que italiano de nascimento, sempre confessou sua tristeza de não ter nascido em Campos. Brindila é assunto para uma conferência e não sou eu o mais indicado para pronunciá-la.
Permitam-me, apenas, recordá-lo num desses momentos musicais da cidade que não se repetirão jamais. A cena tinha como figura principal, Brindila fazendo “reclame”, lançando pelas ruas, um grande filme num dos melhores cinemas campista.
     Tarde quente. Todos trabalham ou estudam. De repente, muita música e grande vozerio. Portas e janelas se enchem para ver o luxuoso cortejo em estilo oriental, árabe, por excelência. É uma encenação perfeita de um quadro qualquer das célebres “Mil e Uma Noites”.
     A caravana é imensa. Animais, escravos, odaliscas e o colorido retratam a presença do oriente. O som das trombetas anuncia a passagem do poderoso Ali Babá e seus 40 ladrões.
Montado num jumento enfeitado, entre arcas douradas, está Brindila vivendo o papel do legendário sultão. Com o auxílio de um porta-voz, ele canta uma marchinha que diz:

“Ali Ali Babá
Ali Babá e seus 40 ladrões
Entraram em Campos Iaiá,
No Trianon Iaiá
Pra alegrar os tristes corações”

     Campos, não é triste, mas foi uma cidade muito alegre. E a música de hoje? Descargas abertas, dos carros envenenados, dos caminhões trucados, das motos disparadas.
     Paciência!"


                                            

quarta-feira, 25 de março de 2015

BOULEVARD: PROJETO QUE DEU NOME (1948)

                                                  Foto:http://camposfotos.blogspot.com.br/
                     
                                Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I

                                                             (Waldir Carvalho)


         " Na sessão ordinária na Câmara dos vereadores do dia 30 de julho de 1948 era aprovado o projeto de nº 53 denominando um trecho da Rua 13 de maio de BOULEVARD FRANCISCO DE PAULA CARNEIRO.
           Tal proposição era de autoria do vereador Prof. Gentil de Castro Faria e se constituía numa homenagem à memória do cidadão progressista que foi o fundador do Cine Teatro Trianon."

sábado, 21 de março de 2015

CAMPOS NO CINEMA(1948)

                              Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I

                                                               (Waldir Carvalho)

         "Começava no dia 1º de agosto de 1948, a rodar nos cinemas da cidade e nas casa do gênero em todo o país, um Suplemento cinematográfico feito sobre Campos.
           Era um trabalho da melhor propaganda realizado pela Agência Nacional,com um pouco de colaboração monetária da Prefeitura.
           O trabalho com duração de 18 minutos, além dos aspectos urbanos tomava como base para mostra da nossa agro-indústria  açucareira,o ambiente da USINA DO OUTEIRO." 


terça-feira, 17 de março de 2015

LIGA ELEITORAL FEMININA(1937)

                      

                         ( De 1700 a 1937 os votos eram colocados em urnas de madeira)
                                         Foto ilustrativa: Fonte: http://www.infonet.com.br/

                             Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I
                                                                (Waldir Carvalho)


      "Em 16 de junho de 1937 era fundada em nossa cidade, a LIGA ELEITORAL FEMININA.
        Seu principal objetivo , conforme rezava os Estatutos da entidade era orientar o voto da mulher, já que o mesmo vinha a ser regulamentado pelo governo Vargas.
       Sua sede provisória ficava na Rua Treze de maio,nº 129.
       O expediente para as leitoras interessadas ia das 16 às 18 horas, diariamente" 

sábado, 14 de março de 2015

SHIRLEY TEMPLE (1936)

                            Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I

                                                       (Waldir Carvalho)

         " 26 de abril de 1936. Mais uma vez o cinema Trianon fazia a alegria dos seus incontáveis frequentadores.
          Nesse dia e nos subsequentes, na tela da melhor casa de espetáculo da cidade era exibido o filme de grande sucesso no Rio de Janeiro e São Paulo : A NOSSA GAROTA.
          O título,na verdade, não dizia muito,mas a garota valia muito mais que um ingresso ou vários deles.
          Tratava-se da extraordinária menina Shirley Temple,cuja beleza e interpretação cativaram as pessoas de todas as idades e de ambos os sexos.
           Um filme com Shirley Temple era casa cheia."

quarta-feira, 11 de março de 2015

PRIMEIRO DESASTRE DE AVIÃO EM CAMPOS (1936)

                                                       (foto meramente ilustrativa)
                                
                                Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I
                                                              (Waldir Carvalho)

        " O primeiro desastre de avião ocorrido em Campos,teve lugar no dia 20 de janeiro de 1936.
         O fato foi com um aparelho do Exército Brasileiro.Quem pilotava o avião foi o Tenente- Aviador Vila Fortes.Procedente do Rio de Janeiro e após fazer evoluções sobre a cidade,no momento de aterrissagem, o aparelho espatifou-se.
         Ainda bem que o piloto,única pessoa no avião, nada sofreu.
         Ao sair ileso, Vila Fortes comunicou o acontecido ao prefeito Sílvio Bastos Tavares, que o hospedou até o dia seguinte.
         O fato não deixou de assustar a população."

sexta-feira, 6 de março de 2015

FATO CURIOSO (1956)

Poste na Av. Sete de Setembro com Rua Carlos Lacerda
(Anos 50)


Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 2
(Waldir Carvalho)

POSTES COLORIDOS

   " Ano de 1956 - Uma novidade continha a notícia divulgada a 17 de março.
  Na  Câmara Municipal, o vereador Antonio Martins de Lima, representante da Baixada Campista, apresentou requerimento no sentido de que fossem colocados entre Mussurepe e Baixa Grande, postes de iluminação pública pintados com as cores Vermelho e Preto.
   Um dos seus pares quis saber se era em homenagem ao Tenentes de Plutão ou ao Flamengo.
   Não foi conhecida a explicação. O pedido foi aprovado: nunca a execução..."

terça-feira, 3 de março de 2015

FORUM NILO PEÇANHA:O PALÁCIO DA JUSTIÇA( 1935)

                         



                         FORUM NILO PEÇANHA:O PALÁCIO DA JUSTIÇA( 1935)
                                  (  Do livro:"Campos Depois do Centenário"- vol.I)
                                                       Waldir Carvalho

    “No começo deste século,o setor judiciário de Campos tinha o seu funcionamento descentralizado.
    O Tribunal do Júri  funcionava numa parte da cidade, o Gabinete dos Juízes,noutra e os poucos tabeliães haviam instalados seus cartórios,embora no centro comercial,em prédios distanciados uns dos outros.
     Surge, então, a ideia de agrupar toda a máquina judiciária num só lugar.
     A contrução de um grande edifício capaz de abrigar tribunais e cartórios, foi assunto bastante discutido e, finalmente, aprovado.
    Deste modo, e, ‘em virtude da Deliberação nº 202,de 17 de julho de 1919, a Câmara Municipal doou ao Governo Fluminense, os terrenos em que foi edificado o Palácio da Justiça.
A inauguração do Forum(cujo orador oficial foi o historiador Alberto Lamego,teve início com atos solenes e festivos ,que foram levados a efeito desde o dia 11 ao dia  28 de março de 1935."