domingo, 31 de dezembro de 2017

A DESPEDIDA DE WALDIR CARVALHO (10 anos)


Nota do blog.:  HJ completam 10 anos ,que  -Waldir Carvalho - nos deixou.
Reproduzo,pois, uma que escrevi no dia de sua despedida e publicada em "O Monitor Campista"(31/12/2007)
Esboço de uma crônica  
      Walnize Carvalho
       Farol de São Thomé.
      Tarde chuvosa da primeira segunda-feira do ano novo.
      Na casa de veraneio da família a presença dos meus filhos e netas preenchem o vazio por ele deixado.
      Ajeito-me a um canto na tentativa de escrever.
      Inicio.
      “Para quem escreve crônica (relato do dia-a-dia) nada mais natural falar sobre o nascimento de uma flor, o viver simples de um trabalhador, ou o fenecer de uma árvore centenária. Coisas do cotidiano...”
      Não. Não é assim que gostaria de me expressar...
      Recomeço.
      “De há muito me despedi dele. Sem poder nos comunicar, trocar ideias, bater papos literários...”
      Não. Não está bom. Rasgo o papel.
      Agora vai.
      “Dezoito horas do último dia do ano de 2007. A minha não disposição para ceias e comemorações já era indício de que sua travessia estava próxima...”
      Paro.
      Valentina (a neta mais nova) se aproxima. Apanha a caneta de minha mão e rabisca o texto.
      Dou-lhe um afago e consigo resgatar a esferográfica e retomar a escrita.
      Tento rearrumar as ideias.
      Olho à volta.
      “A casa amiga, sua cadeira, seu chapéu (não usava boné) e a rede esperavam por ele neste verão...”
      Sou interrompida por Guilherme (meu filho mais novo) que, emocionado, fala: - Vou à praia. Usarei o chapéu de palha de vovô.
      Reinicio.
      “Na hora do Ângelus ele disse adeus...”
      As netas Giulia e Clara pedem: - Vó, podemos tomar sorvete com as amigas? Balanço a cabeça de forma afirmativa. Elas saem.
      Gustavo (meu filho mais velho) descansa e nina a filha na rede.
      Com o silêncio da casa, aproveito para ver se, finalmente, consigo juntar palavras.
      “Amigo. Homem educado. Pai exemplar...”
      Cerro as pálpebras. Sua imagem aparece diante dos meus olhos. Ouço sua voz suave: - Tenha calma!
      Quem sabe, optar pelos agradecimentos? “Aos amigos, as matérias veiculadas na imprensa, as homenagens no rádio, telefonemas, e-mails, citações em blogs, mensagens via celular, vaso de flores, bilhetinhos, lágrima do vizinho, aperto de mão do desconhecido...”
      Não. Posso esquecer de alguém...
      Recomponho-me e concluo: Estar em família (seu bem maior) é uma bela forma de reverenciá-lo.
      Relaxada, releio um antigo texto seu: “Lua cheia em São Thomé”.(*
      Espero, quem sabe, na próxima lua cheia caminhar até a praia e diante dela encontrar serenidade e sabedoria para aí, então, escrever a crônica que você, meu pai, é merecedor.  
(*)LUA CHEIA EM SÃO THOMÉ
                                               Waldir Carvalho
        Findou-se a tarde em companhia do sol que caiu cansado nos braços da serra do Itaóca. A pálpebra da noite desce irresistivelmente sobre a nossa cabeça.
Tudo indica que o manto escuro que nos envolve, impedirá até mesmo que haja a luz das estrelas.
Da quietude da varanda, ouve-se o canto das ondas lá do mar, o ambiente é de paz em nossa volta. Há um pouco de tristeza sem motivo a nos invadir o pensamento.  
 Mas, os instantes que se seguem, são prenúncio de uma alegria incomum: somos, então, atraídos para o horizonte na direção do nascente.
A iluminação indireta que se projeta do fundo das águas, embeleza com requinte o proscênio do palco, onde a natureza, em pouco irá representar.
Não há no espaço nuvens privilegiadas a serem banhadas de prata em primeiro lugar. Só o azul do céu serve de prisma e é capaz de traduzir o esplendor que não tarda.
Silêncio. O momento é místico e a cena sagrada.  O mar, o vento, tudo se curva com
reverência ante o grande altar. Por trás do imenso cálice que se transborda cá na areia, eleva-se a grande hóstia para a comunhão das criaturas. Nossa alma, nesse momento de contrição, se faz em prece.
Não custa nada orar pelos homens que podem  promover a paz. Vale a pela convencê-los a amar uns aos outros. Provando que o amor é a única força capaz de garantir a felicidade do mundo, a lua cheia que segue a sua jornada por entre os astros do firmamento, vai derramando, fraternamente, sua luz bendita sobre justos e injustos,sobre crentes e ateus, sobre árabes e judeus, na esperança, talvez, de que um dia a paz seja, também, de todos — Universal.

      







terça-feira, 26 de dezembro de 2017

WALDIR À CAMINHO DA PRAIA DO FAROL DE SÃO TOMÉ (1933)

 
RECORDANDO
Waldir Carvalho
“A folhinha açoitada pelo nordeste, assinalava 21 de janeiro de 1933. Com os meus dez anos incompletos e a minha calça curta de suspensórios, cavalguei pajeado pelo bom Antônio, durante horas infindas por toda a imensidão dos campos da Boa Vista, deixando para trás: Santo Amaro, Andreza e Cotia.
O vetusto solar que havia abrigado o general Pinheiro Machado e que se constituía no “sobrado” dos Irmãos Saldanha, foi o primeiro motivo de admiração para meu espírito de criança.
Penosa a caminhada, mas a busca do desconhecido, dava- me ânimo necessário para prosseguir.O canto lúgubre do vento a lamber incessantemente a planície sem fim,parecia-me com o gemido de almas penadas de histórias que ouvi de Balabá,ou quem sabe, com o lamento perdido, a vagar pela região, dos escravos de Juca Pinto.
A emoção me trancava a garganta, qualquer expressão de regozijo. Meus olhos, tais quais pernas de compasso passeavam livres  do Xexé ao Algodoeiro, à procura de nem sei o quê.As andorinhas, aos bandos faziam verão e lembrando as donzelas desconfiadas da redondeza,se mostravam incapazes de cair neste ou naquele laço.Os urubus,em atenta observação junto às nuvens pareciam planejar o próximo banquete.
Eis que algo de novo aconteceu. A paisagem ganhou nova dimensão, surgiu um novo atrativo para os meus olhos já cansados de belezas:  o Farol! São Tomé à vista! Era preciso ver pra crer...
O tapete aveludado, onde as codornas se escondem dos cães, permitiu que os cascos impiedosos do animal, o pisassem, enquanto a alegria ia crescendo na alma do pequeno e curioso viajante.
Enfeitando o solo de turmalina, divisava-se o prateado de um estreito e retorcido riacho. Uma ponte, tão rústica me levou a imaginar, tenha sido obra dos “heréos” na efêmera temporada na terra goitacá.
A brisa que soprava agora era mais agradável. Tinha a frescura  da maresia.
Guiado pela carreira de postes telegráficos fui seguindo ao ritmo massacrante do trote que me oferecia o meu cavalo. E o Farol, marco legendário perdido naquele deserto de areias cor de gemada,ia crescendo,crescendo,se agigantando.Majestoso!Uma pausa para descanso do quadrúpede amigo e para contemplar abismado os cinqüenta metros de construção metálica,sustentando o volumoso projetor de fabricação francesa.Ali estava o guia dos navegantes e dos retardatários peões da Fazenda Boa Vista.
Mais adiante, o ponto alto do espetáculo: o mar. Indescritível o que senti naquele momento. A vastidão oceânica tinha um aspecto fantástico. O belo (a cortina que se abria)  e o horrendo (o ronco, como um trovão, que se elevava de suas águas revoltas) se mesclavam: a ondulação iniciada ao longe ia se avolumando ao se aproximar da terra firme formando uma curiosa cordilheira, para em seguida derramar-se -  violentamente -sobre indefesos crustáceos, e culminar beijando a areia carinhosamente.
 Há dois palmos acima das ondas, um pássaro malabarista, preparava-se para fisgar um peixe...
Tudo tão maravilhoso,tão real ainda hoje em minhas lembranças, que ouso dizer,encarnando o menino que julgo sempre ser ,afirmo que ótimo foi o tempo,que no dizer de Casemiro de Abreu, “os anos não trazem mais”!...
 (Verão/94)


quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

NATAL DE 1965

Do livro: “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” – Volume II
(Waldir Carvalho )
          

PREFEITURA SORTEOU CARRO

   "22 de dezembro de 1965. A Prefeitura lutava por receber o máximo dos impostos.
   Com o apoio do Prefeito e do Secretário instituiu através do Departamento de Pavimentação e Conserva, perante os contribuintes que pagavam em dia seus débitos o sorteio de um carro zero quilômetro.


   Com os cupons entregues no ato da quitação  o sorteio foi feito na data acima citada."

terça-feira, 14 de novembro de 2017

ESTAÇÃO DA AVENIDA (1951)

Estação Avenida

Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 2.
(Waldir Carvalho)

   "Em junho de 1951, a antiga "Estação da Avenida", ponto de embarque e desembarque diário de passageiros dos trens da Leopoldina, com destino a Atafona e Santo Amaro, deixou de funcionar.
   O fechar de suas portas foi como uma nuvem negra impedindo a luz do luar, naquele 31 de maio de 1952, que assinala a sua paralisação definitiva.
   A construção do curioso prédio em forma de arco, que ficava no antigo Passeio Municipal, bem em frente à então Rua das Palmeiras, data do século passado (o volume 2 foi editado em 1995).
   Sua inauguração, que foi um ato festivo, ocorreu no dia 10 de outubro de 1889. De um lado ficava a sala do Agente e telegrafistas, do outro, o armazém para as cargas recebidas e despachadas.
   Durante a primeira gestão do Dr. José Alves de Azevedo como Prefeito de Campos, já não havendo mais o prédio utilizado, a velha estação, que havia prestado relevantes serviços durante 62 anos, foi destruída.
   Para sermos precisos, a derrubada teve início no dia 14 de setembro de 1952, o término se deu em 30 de novembro de 1953.
   Pena que aquela construção singular, espécie de pavilhão de feira de amostra não tenha permanecido como os arcos da Lapa no Rio de Janeiro, assinalando uma fase de progresso para Campos! Que fazer? Até o Teatro Trianon não teve outro destino!"

sábado, 11 de novembro de 2017

WALDIR E AS TROVAS para filhas, netos e bisnetos

                                          Waldir e filhas:Walnize,Zedir e Zalnir

                                                           A bisneta Giulia
                                                                     A bisneta Clara
                                                      A bisneta Valentina


                                                       O bisneto Luiz Maurício
                                 As bisnetas:Letícia e Liz
   
(DO Livro:"SE não me trai a memória)
   Aqui , pois, junto as  trovas por ele escritas, as fotografias:




Para a filha Zedir:

Sonhamos com o porvir
fruto de um amor profundo;
O céu nos mandou Zedir
E cresceu o nosso mundo.


Para a filha Walnize:

Bela cena da história
È Walnize, a canção
Inspirada na vitória
A saudar o coração.


Para a filha Zalnir:

Peça feita de candura
E anseio imorredouro
Que Zalnir,com sua ternura
Fechou com chave de ouro.


Para os netos:

Para Gustavo
 A sua presença criança
Só me inspira meiguice
 É vida, amor, esperança
Marco da minha velhice.

Para Guilherme
Meu avô: Guilherme I
Meu tio: Guilherme II
Meu neto: Guilherme III
Há um novo império no mundo.

Para Frederico:  
A Frederico com afeto
A minha trova com amor
 A emoção de cada neto 
fez de mim um trovador.

Para Fábio:
 Neto, no dizer do sábio
É um filho em duplicata
 Aí está o nosso Fábio
 Somos pai-avô, na exata.

Para Maurício
Maurício tão esperado
Chegou. E quanta emoção
Nosso time tá formado
pro futebol de salão.


Para Rafael:
 Rafael, o seu sorriso
Faz lembrar o amanhecer
É o sol que agora diviso
Neste meu entardecer.

Para os bisnetos:

Para Giulia:
 No céu de minha esperança
Uma estrela apareceu
a nossa Giulia-criança
Sol de quem envelheceu.

Para Clara:

Clara! Luz celestial 
Que Deus nos deu por guarida
A iluminar sem igual
O ocaso de nossas vidas.


Para Valentina:

Valentina é um bem colhido

com amor e com ternura

E este Matusalém lhe deseja



Vida plena de Ventura


Para Luiz Maurício:

O primeiro bisneto
que alegria me traz
ofereço com afeto
meu carinho, amor e paz.

 Nota do blog.:Depois nasceram Letícia,Liz e VLADIMIR que não tiveram a sorte do convívio com o   “biso”...


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

LIRA GUARANI


                                    Waldir Carvalho
                            (Publicado no jornal "A Cidade" em 1997)

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

CEMITÉRIO DO CAJU (1955)

Cemitério do Caju
(Foto como ilustração do deandreambiental.blogspot)
CAJU - 100 ANOS
Do livro: “Campos depois do Centenário” – volume II
(Waldir Carvalho)
    “A 25 de outubro de 1955 era comemorada em Campos, uma efeméride, para muitos inesperada: O CENTENÁRIO DO CEMITÉRIO DO CAJU.
    A solenidade, conforme determinação do prefeito João Barcelos Martins foi programada para o dia 02 de novembro, próximo – Dia de Finados.
   Nota do blog: Nas páginas 153 e 154 do mesmo livro constam : a programação dos 100 ANOS DE FUNDAÇÃO DO CAJU, bem como o HISTÓRICO  DO CEMITÉRIO.
                             

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

JOSÉ DO PATROCÍNIO :"O TIGRE DA ABOLIÇÃO"

                                  Do livro:" GENTE QUE É NOME DE RUA"-volume I
                                                               (Waldir Carvalho)

Nota do blog.: O soneto acima foi extraído do referido livro e dá início a vasta biografia de JOSÉ DO PATROCÍNIO  narrada pelo autor .
        José do Patrocínio é nome de rua em sua terra natal:(Campos dos Goytacazes).

Rua JOSÉ DO PATROCÍNIO:Início - R.Ipiranga
                                                 Término - R.Dr.Lacerda Sobrinho

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

RUA QUE NÃO É NOME DE GENTE:RUA DA QUITANDA


Do livro:"Rua Que Não É Nome de Gente"
                                                                ( Waldir Carvalho)

sábado, 16 de setembro de 2017

SERVIÇO DE SALVA-VIDAS EM FAROL DE SÃO THOMÉ

Pesca de arrastão no Farol de S. Thomé
(1960)

Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 2
(Waldir Carvalho)


Em 9 de fevereiro de 1960, era inaugurado nesta data, na praia do Farol de São Thomé, o 1º Serviço de Guardas-Vidas. Numa época em que a praia campista era temida devido ao permanente mar agitado, tal providência, há muito reclamada, vinha afinal, preencher uma grande lacuna. A feliz iniciativa foi do prefeito José Alves de Azevedo que, selecionando elementos que fizera estagiar no Rio de Janeiro, inaugurou em boa hora aquela atividade. Não é necessário dizer da excelente acolhida por parte dos frequentadores da citada praia.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À INFÂNCIA DE CAMPOS - APIC

APIC
(1940 - Ainda em fase de construção)



Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 1

(Waldir Carvalho)

ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À INFÂNCIA DE CAMPOS - APIC


  Esta associação destinada a amparar a criança carente, e mais, oferecer toda a assistência materno-infantil, concebida por pessoas dotadas de bons sentimentos, foi inaugurada no dia 29 de agosto de 1940.
  Seu idealizador e fundador foi o Monsenhor Severino, um sacerdote que neste país, e em especial em Campos, soube viver na prática os princípios cristãos.
  Sua primeira diretoria foi desta forma composta: Presidente - Monsenhor José Severino; Vice-Presidente - Joaquina Mendes Bello de Campos; Secretária - Maria Geny Teixeira Leite; Tesoureiro - Olavo Cardoso; Membros do Conselho Técnico: Dr. Jorge Alvarenga, Dr. Ruben Cretton, Dr. Brasil Alt, Dr. Herculano Aquino, Dr. Ovídio Manhães, Dr. Oswaldo Luiz Cardoso de Mello (médicos); Dr. João Batista de Faria (dentista); Dr. José Côrtes Júnior (juiz criminal).

  Instalada na Rua Visconde do Itaboraí, 80, a Associação de Proteção à Infância de Campos, é uma entidade que sobrevive graças à ajuda da comunidade, e está sempre de braços abertos para quem realmente precisa de auxílio.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

USINAS E FÁBRICAS (1935)


Usina Cambaiba

Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" - Vol. 1
(Waldir Carvalho)

   Eram 16 as Usinas: Queimados; Cupim; São José; Mineiros; Santa Cruz; Santo Antônio; São João; Sapucaia ; Pedra Lisa ; Cambaíba; Novo Horizonte; Outeiro; Paraíso; Poço Gordo; Santana; Santo Amaro.

  Obs.: As Usinas do Limão (1879), Colégio (1883), Visconde e Figueira( 1881), por ocasião do Centenário de Campos, estavam extintas ou desativadas.

Fábrica de Tecidos (Cia de Fiação e Tecidos Industrial Campista)

 OUTRAS INDÚSTRIAS DE CAMPOS EM 1935

   79 fábricas de produtos, os mais variados. Alguns exemplos aqui estão: 1 Fábrica de Tecidos, 3 Fábricas de Sabão, 3 Cortumes, 2 Fábricas de Gelo, 5 Fundições de Ferro e Bronze, 2 Destilarias de Álcool , 6 Fábricas de Doce, 3 Fábricas  de Massas Alimentícias, 4 Refinarias de Açúcar ,5 Torrefações de Café, 2 Fábricas de Calçados, 6 Serrarias, 2 Olarias, 3 Cerâmicas, 1 Fábrica de Telhas Francesas, 2 Fábricas de Ladrilhos, 4 Fábricas de Aguardente, 1 Fábrica de Cerveja e Água Gasosa , 3 Moinhos  de Fubá, 12 Fábricas de Bebidas Alcoólicas, 1 Fábrica de Ferraduras, 2 Fábricas de Roupa Branca, 4 Fábricas de tamancos ,2 Fábricas de Goiabada e 6 Fábricas de Móveis.

   Vale ressaltar que a CIA DE FIAÇÃO E TECIDOS INDUSTRIAL CAMPISTA, em sua Fábrica na Lapa, contava com 432 teares, 15 mil fusos, consumia, anualmente, de 70 toneladas de algodão; produzia por ano cerca de 7 milhões de metros de tecidos e dava emprego a 780 pessoas, de ambos os sexos.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O INTEGRALISMO EM CAMPOS( 1937)

                                   Do livro:"Campos depois do Centenário"volume I
                                                         (Waldir Carvalho)

                                                OBS.:  Clicar na imagem para ampliar

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES (1957)

                                      Do livro: "Campos depois do Centenário" - Volume II
                                                            (Waldir Carvalho)

                                  ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES (1957)
    
    “No dia 14 de setembro de 1957 era criada em Campos, a ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO.
    A sua diretoria, composta de mestres, foi assim formada: Presidente – Prof. José Revelles Castanho; Secretário – Prof. Fernando Andrade; Tesoureiro – Prof. Aldano Séllos de Barros.

     Os professores estavam aprendendo a defender os seus direitos...”

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

FESTA DO PADROEIRO (1963)


Do livro: “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” – volume II 
(Waldir Carvalho)


"De  03 de agosto a 06 de agosto de 1963, do programa festivo  constaram atividades religiosas e profanas:

Dia 03-  O prefeito municipal entregou a ornamentação da cidade ao público. 
Inauguração de exposições sobre cana - de- açúcar, de vitrinas, de trovas,de canários hamburgueses, de livros de autores campistas.

Dia 04- Realizaram- se Torneio de Tênis, Regatas, Prova de natação , passeata do Moto Club,exibição da Esquadrilha da Fumaça , Solene Pontifical comemorativa das Bodas de Prata da Congregação Mariana, procissão da bandeira, desfile de Bandas do município.

Dia 05-  Inauguração do asfaltamento da Av.XV de Novembro com a presença  do Governador Badger da Silveira.

Dia 06- Alvorada, XIX Prova Ciclística de São Salvador, Missa solene celebrada pelo Bispo D.Antônio de Castro Mayer  e mais...
Inauguração pelo Governador do Estado  e autoridades municipais do asfaltamento da Rodovia  Campos- Atafona.
Procissão a cargo dos padres Redentoristas.
Show artístico com Luiz Gonzaga e artistas locais; Retreta e fogos de artifício.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

E NA DATA ANIVERSÁRIA DO ESCRITOR...


(Foto: Walnize Carvalho)

...o Blog relembra  a crônica, em que ele  retrata a  sua primeira visita  a praia do
 Farol de SãoTomé

RECORDANDO
(Waldir Carvalho)
                                   

      “A folhinha açoitada pelo nordeste, assinalava 21 de janeiro de 1933. Com os meus dez anos incompletos e a minha calça curta de suspensórios, cavalguei pajeado pelo bom Antônio, durante horas infindas por toda a imensidão dos campos da Boa Vista, deixando para trás: Santo Amaro, Andreza e Cotia.
     O vetusto solar que havia abrigado o general Pinheiro Machado e que se constituía no “sobrado” dos Irmãos Saldanha, foi o primeiro motivo de admiração para meu espírito de criança.
     Penosa a caminhada, mas a busca do desconhecido, dava- me ânimo necessário para prosseguir. O canto lúgubre do vento a lamber incessantemente a planície sem fim, parecia-me com o gemido de almas penadas de histórias que ouvi de Balabá, ou quem sabe, com o lamento perdido, a vagar pela região, dos escravos de Juca Pinto.
      A emoção me trancava a garganta, qualquer expressão de regozijo. Meus olhos, tais quais pernas de compasso passeavam livres  do Xexé ao Algodoeiro, à procura de nem sei o quê. As andorinhas, aos bandos faziam verão e lembrando as donzelas desconfiadas da redondeza, se mostravam incapazes de cair neste ou naquele laço. Os urubus, em atenta observação junto às nuvens pareciam planejar o próximo banquete.
       Eis que algo de novo aconteceu. A paisagem ganhou nova dimensão, surgiu um novo atrativo para os meus olhos já cansados de belezas: o Farol! São Tomé à vista! Era preciso ver pra crer...
    O tapete aveludado, onde as codornas se escondem dos cães, permitiu que os cascos impiedosos do animal, o pisassem, enquanto a alegria ia crescendo na alma do pequeno e curioso viajante.
     Enfeitando o solo de turmalina, divisava-se o prateado de um estreito e retorcido riacho. Uma ponte, tão rústica me levou a imaginar, tenha sido obra dos “heréos” na efêmera temporada na terra goitacá.
      A brisa que soprava agora era mais agradável. Tinha a frescura  da maresia.
       Guiado pela carreira de postes telegráficos fui seguindo ao ritmo massacrante do trote que me oferecia o meu cavalo. E o Farol, marco legendário perdido naquele deserto de areias cor de gemada,ia crescendo,crescendo, se agigantando. Majestoso!
      Uma pausa para descanso do quadrúpede amigo e para contemplar abismado os cinqüenta metros de construção metálica, sustentando o volumoso projetor de fabricação francesa. Ali estava o guia dos navegantes e dos retardatários peões da Fazenda Boa Vista.
        Mais adiante, o ponto alto do espetáculo: o mar. Indescritível o que senti naquele momento. A vastidão oceânica tinha um aspecto fantástico. O belo (a cortina que se abria)  e o horrendo (o ronco, como um trovão, que se elevava de suas águas revoltas) se mesclavam: a ondulação iniciada ao longe ia se avolumando ao se aproximar da terra firme formando uma curiosa cordilheira, para em seguida derramar-se -  violentamente -sobre indefesos crustáceos, e culminar beijando a areia carinhosamente.
      Há dois palmos acima das ondas, um pássaro malabarista, preparava-se para fisgar um peixe...
      Tudo tão maravilhoso, tão real ainda hoje em minhas lembranças, que ouso dizer, encarnando o menino que julgo sempre ser, que ótimo foi o tempo, que no dizer de Casimiro de Abreu, “os anos não trazem mais”!...”


      (Verão/94)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

SÓ, NA MULTIDÃO



        Em seu livro: SÓ, NA MULTIDÃO, no qual o autor revela pensamentos que o dominaram em várias ocasiões ,distribuídos em oitenta e duas crônicas,o escritor compôs três delas sobre os títulos sugestivos de: “Tempo de Nascer”,  “Tempo de Viver”e “Tempo de Morrer”.
      Dessa forma, o BLOG extrai fragmentos de cada uma delas (sem macular a essência da escrita) e transcreve.
        Escreveu assim, Waldir Carvalho:
      “Do sonho de dois corações que se amam, acaba surgindo uma doce realidade: o casamento.
       Tempos depois, algo virá para selar o grande amor: o filho.  
       A nova ansiedade cresce no coração do casal. E os planos são tantos!A imaginação evolui, ganha proporções incomparáveis. Menino? Menina? Tanto faz!
      As horas passam e nasce o pequeno ser.
      O choro da criaturinha parece ter a percepção antecipada e intuitiva de que irá viver em um  Mundo - Escola em que as provas - quase todas -  serão eliminatórias.
      Desse pequeno ser, muito se espera; muito se oferece.
       Ele se torna fonte de toda expectativa, alvo de todas as atenções e núcleo de todas as alegrias.
      E o tempo passa... A criança, livre de maiores amparos procura trilhar o caminho com seus próprios pés. Cabe a ela seguir; dar resposta na proporção de seus atos; pedir conselhos; amparar seus semelhantes.
      É hora de fundir novas matizes; de modelar formas produtivas; usufruir desse seu tempo de jovem,onde a mente está apta para as mais arrojadas criações e  assim justificar a sua passagem entre os mortais...
      É chegado o terceiro tempo.
      O desgaste natural, do invólucro cansado de transportar o verdadeiro ser, é prenúncio da grande transformação, que faz parte do aprendizado.
      É o momento de reunir as experiências vividas, na esperança de que seus exemplos e atos sirvam de modelo para os que buscam a fórmula de um bem viver.
     Vale como reflexão desse novo momento, uma lenda que conta: ‘Um homem de avançada idade estava plantando uma mudinha de pessegueiro,quando foi interpelado por um vizinho,que indagou: - Pretende comer pêssego desse pessegueiro? O ancião, tranquilamente, apoiando o corpo sobre a pá, que tinha nas mãos, respondeu em tom sereno: - Não, meu caro! Estou certo, de que com minha idade, isso não será possível! Porém, devo dizer que, durante toda a minha vida saboreei pêssegos... mas nunca plantados por mim mesmo’.
    Acredito que, todo aquele que chega ao limiar de uma nova forma de existência e tem a certeza de praticou o Bem, sem visar recompensa, está certo de que cumpriu sua missão.
       O que importa é termos usado a força de nossos braços, o poder de nossos pensamentos e a energia de nosso coração na tarefa de ser útil ao nosso semelhante.”

sexta-feira, 14 de julho de 2017

INAUGURAÇÃO DA RODOVIA DO AÇÚCAR (1962)

                  INAUGURAÇÃO DA RODOVIA DO AÇÚCAR
                                
                    Do livro: "Campos depois do Centenário" volume II
                                          (Waldir Carvalho)

     "30 de junho de 1962: Dia festivo para a população de toda Baixada Campista.Era inaugurada a "Estrada do Açúcar.
   Na oportunidade o autor deste livro - filho da região - tomado pela emoção dos seus conterrâneos,publicou em três partes,no jornal "A Notícia"  o ensaio que se segue".

O blog reproduz fragmentos:

RODOVIA DO AÇÚCAR

   “Rodovia do açúcar! Estrada do Açúcar para os novos; Estrada Grande para os nossos avós...
   Agora crismada com a doçura de um título, que te faz portadora de nossa crescente  admiração..
   Tu testemunhaste o dia-a-dia da gente simples, que te percorreram desde  tempos idos.
   Tu nasceste como nasce o rastro desordenado feito pelos pés do gado, através do campo em demanda do riacho mais próximo. Foram - sem dúvida- os índios goitacaz, quem te traçaram em dia que vão longe.
  Depois foste o trilho dos mamelucos. Mais tarde, te tornaste caminho preferido dos missionários Carmelitas e Beneditinos, que às suas margens ergueram os primeiros templos religiosos. Também serviste de via de comunicação aos Assécas, que se fizeram donos da Capitania dos Sete Capitães...
    Por ti, transitaram na calada da noite escravos fugitivos de fazendeiros de engenhos.
   Quantas cenas se desenrolaram em todo o seu percurso: o Barão da Lagoa Dourada fez de ti um roteiro de realeza e dotou-te de caminho de ferro; Pinheiro Machado encontrou na Boa Vista , um pedaço tranquilo para se lembrar do seu Rio Grande do Sul...
   Quantos carros, velha estrada, se viam atolados em seus lamaçais com destino à praia do Farol de São Tomé antes do calçamento...
   Tu viste depois surgir a estrada de rodagem e por ti passarem, carros de passeio e transporte coletivo...
   Estrada do Açúcar! Dos cantadores de reis, dos boiadeiros, do cantar dos galos, da camada espessa de sereno !...

E, de repente, a inauguração!
Dia máximo de tua História!

   Tu sentiste como que a acariciar-te o toque de pneus ligeiros; dos sapatos em pés apressados; a suavidade de pés descalços de gente humilde no teu dia de festa...
   Tu ouviste, na hora de tua inauguração como rodovia asfaltada, a música da banda de Santo Amaro, da Lira de Apolo; o eco emocionado dos oradores e  o aplauso efusivo de pessoas - como eu –que aprenderam a dar os primeiros passos por ti em agradecimento ao grande feito neste 30 de junho de 1962.”

sexta-feira, 7 de julho de 2017

CAMPOS DOS BOITATÁS


                                                             (carros de boi da Boa Vista)
                                                                Waldir Carvalho
"Campista,nascido na Baixada,onde a ondulação dos extensos canaviais forma um tapete de esperança e as chaminés das usinas representam marcos de um progresso que reflete todo o denodo de um povo sempre voltado para o trabalho".
(Fragmento da introdução do livreto)

Explicação ao leitor do blog: O autor tinha por hábito,durante o período de veraneio na praia do Farol de São Tomé transcrever para livretos artesanais, alguns de seus textos produzidos na época do rádio e distribuir entre parentes e amigos nas tardes daquele aprazível balneário.
Eis ,então, a amostra da primeira página de uma de suas criações literárias ,desta feita impressa no ano de 2004.