Em seu livro: SÓ, NA
MULTIDÃO, no qual o autor revela pensamentos que o dominaram em várias ocasiões
,distribuídos em oitenta e duas crônicas,o escritor compôs três
delas sobre os títulos sugestivos de: “Tempo de Nascer”, “Tempo de Viver”e “Tempo de Morrer”.
Dessa
forma, o BLOG extrai fragmentos de cada uma delas (sem macular a essência da
escrita) e transcreve.
Escreveu assim, Waldir Carvalho:
“Do
sonho de dois corações que se amam, acaba surgindo uma doce realidade: o
casamento.
Tempos
depois, algo virá para selar o grande amor: o filho.
A nova ansiedade cresce no coração do casal.
E os planos são tantos!A imaginação evolui, ganha proporções incomparáveis.
Menino? Menina? Tanto faz!
As
horas passam e nasce o pequeno ser.
O
choro da criaturinha parece ter a percepção antecipada e intuitiva de que irá
viver em um Mundo - Escola em que as
provas - quase todas - serão
eliminatórias.
Desse
pequeno ser, muito se espera; muito se oferece.
Ele se torna fonte de toda expectativa, alvo
de todas as atenções e núcleo de todas as alegrias.
E o tempo passa... A criança, livre de maiores
amparos procura trilhar o caminho com seus próprios pés. Cabe a ela seguir; dar
resposta na proporção de seus atos; pedir conselhos; amparar seus semelhantes.
É
hora de fundir novas matizes; de modelar formas produtivas; usufruir desse seu
tempo de jovem,onde a mente está apta para as mais arrojadas criações e assim justificar a sua passagem entre os
mortais...
É chegado o terceiro tempo.
O desgaste natural, do invólucro cansado
de transportar o verdadeiro ser, é prenúncio da grande transformação, que faz
parte do aprendizado.
É o momento de reunir as experiências
vividas, na esperança de que seus exemplos e atos sirvam de modelo para os que
buscam a fórmula de um bem viver.
Vale como reflexão desse novo momento, uma
lenda que conta: ‘Um homem de avançada idade estava plantando uma mudinha de
pessegueiro,quando foi interpelado por um vizinho,que indagou: - Pretende comer
pêssego desse pessegueiro? O ancião, tranquilamente, apoiando o corpo sobre a
pá, que tinha nas mãos, respondeu em tom sereno: - Não, meu caro! Estou certo,
de que com minha idade, isso não será possível! Porém, devo dizer que, durante
toda a minha vida saboreei pêssegos... mas nunca plantados por mim mesmo’.
Acredito que, todo aquele que chega ao
limiar de uma nova forma de existência e tem a certeza de praticou o Bem, sem
visar recompensa, está certo de que cumpriu sua missão.
O que importa é termos usado a força de
nossos braços, o poder de nossos pensamentos e a energia de nosso coração na
tarefa de ser útil ao nosso semelhante.”
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