sábado, 9 de novembro de 2013

WALDIR E A PROFISSÃO DE ALFAIATE


(O autor aos 17 anos)

WALDIR E A PROFISSÃO DE ALFAIATE

    Assim nos narra Waldir Carvalho em um de seus livrinhos artesanais, dos quais produzia nas horas vagas e gostava de distribuir entre amigos e familiares:

PALAVRAS DO AUTOR

   “À partir de 1936  e durante algum tempo estive de dedal e agulha na mão, pés tocando a velha SINGER na entrega total de confeccionar roupas, atender fregueses de todos os gostos e temperamentos.
  E foram semanas inteiras - muitas vezes – incluindo ensolarados domingos cortando, costurando, passando... E foram serões de varar a madrugada.
   Contra o sono, o café mantido quente pelas brasas do ferro de passar; contra os que não pagavam ou demoravam a pagar e a paciência de esperar pela quitação que nem sempre ocorria; contra o desânimo pela escolha do ofício... Contudo, a esperança de dias melhores.
   Não foi fácil suportar a impertinência do freguês, que nos fez crescer mais meio centímetro na manga do seu paletó;  daquele que desejava uma calça sem rugas quando tivesse montado a cavalo; daquele que não queria ver enrugadas as mangas do seu paletó caqui, quando erguesse os seus braços para frente...
   Mas, apesar de tudo, foi bom servir pessoas reconhecidas, amáveis, incentivadores. Foi bom ter podido, com a profissão, sustentar a família, educar as 3 filhas e saldar todos os compromissos.
   Que importa as noites mal dormidas se outros dias vieram radiosos da cor exata das nossas esperanças?      Que importa! Valeu a pena!”
****
   Nas páginas do referido livrinho, conta fatos interessantes de sua primeira profissão e enaltece os colegas alfaiates Entre eles, nomes como: Moreno, Otoniel, Alamir, Alcides, Otaciano, Lourinho, Mário Jobel, Paulo Alvarenga, Chico Alpache, Manfredo Filho, João Raimundo, Jacy, Clério, Ivanil, Joel , Carlos Alberto, Pedro Ferreira , José Bila, José Siqueira.

E finaliza:

                                                                     Sou alfaiate
                                                                      do primeiro ano
                                                                      pego na tesoura
                                                                      e vou cortando o pano...”
                                                                                                  Luiz Gonzaga




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