sexta-feira, 30 de maio de 2014

ENCONTRO COM GASTÃO MACHADO



Do livro : ”Se não me trai a memória” (2003)
(Waldir Carvalho)


GASTÃO MACHADO

   "Após um período de muita ansiedade, o dia chegou.
   Descemos do trem na Estação da Avenida e tomamos o bonde para o Centro.
   Meu tio e mestre José  Prisco e eu fomos ao encontro do jornalista e autor de “Campos Assim”, numa das mesas do Café Lord, na Treze de Maio, hoje  Boulevard de Paula Carneiro.
   Era uma casa de estilo colonial, com mesas de mármore e cadeiras austríacas.
   Encontramos o bem humorado homem de Teatro em companhia do jornalista e maestro Prisco de Almeida. Foram apresentados José Prisco a Prisco José. O curioso fato foi festejado com média, pão com manteiga e boas gargalhadas.
   A seguir, mostrei ao teatrólogo alguns dos meus escritos em forma de “skets”, nas quais procurava colocar em cena, acontecimentos do cotidiano recheados de diálogos naturais.
   Após uma leitura dos mesmos, convidou-me a frequentar a sala do Diário Oficial, no Edifício Trianon, onde o encontro de intelectuais era constante e as tertúlias literárias valiam por verdadeiras aulas para principiantes nas letras.
   Segui o precioso conselho e todas as semanas tirava um dia para assinar o ponto na mini Academia onde tive a ventura de conhecer figuras como os poetas Antonio Silva e Carlos Amorim; o escritor Godofredo Tinoco e consagrados atores, que  se achavam atuando profissionalmente em Campos.
   Aquela convivência foi de grande valia para mim.
   Além de leituras de peças teatrais as conversas eram as mais interessantes.
   Uma coisa curiosa: Gastão Machado atraía para aquele ambiente, entre outras pessoas, tipos curiosos, de rua, poetas populares cujas manifestações serviam de inspiração para escrever quadros alegres em suas festejadas revistas teatrais encenadas no Teatro Paris.


   Foi dessa forma, que eu também me inscrevi na “escola” do grande Gastão Machado.



































quarta-feira, 28 de maio de 2014

EXPEDIENTE BANCÁRIO (1962)


(Antigo Banco do Brasil)

Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" – volume II
(Waldir Carvalho)

EXPEDIENTE BANCÁRIO
(1962)

   "A partir  de 15 de setembro de 1962, como aconteceu em todo o Estado e conforme acordo entre bancários e banqueiros, nos bancos de Campos ficava extinto expediente aos sábados." 


sábado, 24 de maio de 2014

VISITA DE ESCRITORES (1939)

       
Gilberto Freire

                                                                   José Lins do Rego

Do livro:  CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” – Vol. 1
(Wladir Carvalho)


       "Campos, considerada 'capital intelectual do Estado' recebia no dia 14 de novembro de 1939, dois grandes escritores nacionais: Gilberto Freyre e José Lins do Rego.
        A  auspiciosa visita foi oficializada pelo Dr. Cardoso de Miranda, então Secretário do Interior e Justiça do Estado do Rio de Janeiro."

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A COMUNIDADE EM DEFESA DO PARAÍBA (1956)



Trabalhadores retirando areia do Rio Paraíba

A COMUNIDADE EM DEFESA DO PARAÍBA
(1956)

Do livro: "CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO" – Volume II
(Waldir Carvalho)

   "Em princípios de 1956, a Divisão de Águas do Ministério de Agricultura outorgou concessão ao Estado de São Paulo para a construção de uma usina hidrelétrica em Caraguatatuba, próxima à divisa com o Estado do Rio de Janeiro.
   A concessão resultaria num golpe mortal contra o rio Paraíba levando à decadência todas as cidades banhadas pelo mesmo.
   Na ocasião, a Associação Comercial de Campos se reuniu e foi criada uma Comissão de defesa do Rio Paraíba.
   Vários entendimentos teve a comissão com autoridades do Ministério de Agricultura.
   O Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek após rever pareceres técnicos e estudos, mandou paralisar as obras."





sexta-feira, 16 de maio de 2014

JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO

                     JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO (1939)

Do livro:  “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” –volume I
(Waldir Carvalho)

   “Em 1939 é lançado “OLHA PARA O CÉU, FREDERICO!” -  o primeiro livro escrito pelo escritor José Cândido de Carvalho.

   Consta que em suas horas de folga do trabalho (escrevia no jornal “FOLHA DO COMÉRCIO”) sentava-se em um dos bancos da praça São Salvador, quando em um dos dias teve o ensejo de, voltando os olhos para o firmamento junto ao Paraíba, ver tanta beleza, que dirigindo-se a um amigo (possivelmente imaginário) soltou uma expressão, que valeu como título do livro:” Olha para o céu, Frederico!”


(Capa da 6ª edição do livro)




RARIDADE

Esta é a primeira edição do livro: "O CORONEL E O LOBISOMEM" (edições O CRUZEIRO) - do grande escritor campista homenageado na 8ª Bienal do Livro (2014) em Campos dos Goytacazes - RJ





O referido livro, em foto acima, pertence à biblioteca particular do historiador Waldir Carvalho.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

FEIRA DE LIVROS (1957)

                                           
                                   
                                                   (Foto:  institutohistoriar.blogspot.com.br)
                                                   
                           FEIRA DE LIVROS NA PRAÇA DO SANTÍSSIMO SALVADOR (1957)

                               Do livro: “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” – volume II

                                                               (Waldir Carvalho)

         "Patrocinada pela Prefeitura, iniciava-se em 10 de agosto, uma Feira de Livros, em plena Praça do SS.Salvador.
           Durou cerca de 15 dias.
           Encerrou-se com uma palestra do escritor, ensaísta e crítico literário brasileiro,Agripino Grieco.
           Pelo que disseram os expositores cariocas, foi um verdadeiro sucesso."

sábado, 10 de maio de 2014

À QUERIDA MÃE AUSENTE (CRÔNICA/ 1959)

                                          


                                               À QUERIDA MÃE AUSENTE
                                                              Waldir Carvalho

(Crônica  escrita para o quadro “A Nossa Homenagem” radiofonizada pela Rádio Jornal Fluminense- Maio de 1959)
     
      “Peço licença para dedicar as palavras desta crônica a u’a mãe ausente - a minha mãe. Deixou este mundo há quinze anos. Reside agora no plano que Deus, sabiamente, lhe soube reservar.
      É véspera do dia consagrado às Mães.
     As canções que nestas últimas horas têm chegado aos meus ouvidos, me levam a meditar.
     Busco silêncio.
    Em minha meditação, eis que - milagrosamente - surge a imagem daquela, que por vontade do Criador, me trouxe à luz do mundo.
   Ei-la  refletindo no espelho de minha memória com sua face feita de ternura; com seus longos cabelos negros ;com sua voz suave escapando dos lábios em forma de amor santificado.
   Ei-la nos seus quarenta anos, entregue ao labor de todos os dias; cuidando da espaçosa casa; das flores no jardim; multiplicando as plantas no pomar; guiando seus cinco filhos.
   Ei-la abençoando-me pela manhã; conduzindo-me à escola; preparando minha roupa para o baile.
   Ei-la transmitindo um conselho sábio; presenteando os vizinhos mais pobres; perdoando uma vez mais as ofensas recebidas.
   Ei-la ornamentando o último carro de canas ao sair da lavoura; a gratificar os “cantadores de reis”; a receber os meus amigos nos dias de festa.
    Ei-la com a face alegre; com seu rosto triste...
   Ei-la, finalmente, nos seus quarenta e nove anos , mas no fim de sua vida
  .Ei-la enferma,  transformada, adivinhando a sua própria transição.
   Ei-la agonizante em seus instantes finais, com a sua expressão serena, com a sua alma em paz, como em todos os momentos da vida.
 Partiu. Basta-me a saudade... uma saudade,que cada vez cresce mais em meu coração.”
Refletindo o sentimento de tantos filhos, que ouvem neste instante, que quis prestar neste momento, À NOSSA QUERIDA MÃE AUSENTE a mais sincera e comovida homenagem!”


segunda-feira, 5 de maio de 2014

VISITA de WALDIR CARVALHO A MÁRIO QUINTANA(1989)

                            



                                                   VISITA A MÁRIO QUINTANA
                                                             Waldir Carvalho
             (Crônica escrita e publicada na FOLHA DA MANHÃ em 21de outubro de 1989)
     
     “Nosso sonho era antigo. Finalmente chegou a hora.Escolhemos os dias que assinalam o auge da Primavera.
       Deixamos a terra de Azevedo Cruz, nossa Campos dos Goytacazes,em direção a Porto Alegre,onde o saber costuma jorrar em forma da mais bela poesia, a poesia do criador de “Canções”, “Sapato Florido”,”Baú de Espantos”...E o endereço? “A Rua dos Cataventos”. Quem nos guiaria? “O Aprendiz de Feiticeiro”...
        Fomos. Eu e meus queridos familiares(outro dia falarei das cidades em forma de jardins floridos e dos granitos multicoloridos, que servem de piso às ruas de Porto Alegre)
        Desta feita, tenho pressa em relatar o encontro emocionante com o grande poeta e homem de letras  brasileiro,MÁRIO QUINTANA, que como um deus grego,escolheu o extremo sul deste país para surgir e dele fazer o seu Olimpo.
       As portas do seu refúgio no oitavo andar do Hotel Residencial foram abertas.
       A seguir, como reflexo de um “Espelho Mágico” a deixar transparecer a própria “Cor do Invisível”  ali estava o quadro:a sala-biblioteca,ornada de livros e no centro, de mãos apertadas,eu e Mário Quintana...
      Na face do octogenário, a mais terna simplicidade de um sorriso acolhedor.Sempre alegre tomou um exemplar e fez dedicatória.(...)
     Ao me despedir, no fim da tarde ofereci-lhe o me “ Escravo Cirurgião”, a guisa de passatempo.
      Surpreendeu - se  com o leitor que o visitava.E quando soube tratar-se de algo que fora apresentado no rádio,deleitou-se em recordar de seus primórdios na radiofonia.

     E quando do aperto de mão, final, Mário Quintana,apontando um ferimento ocasional no braço (o braço esquerdo do poeta achava-se preso à uma tipóia) fez questão de dizer: ‘- Quero que leve a impressão de ter conhecido,não um poeta de pé quebrado mas de mão quebrada’...”

quinta-feira, 1 de maio de 2014

PRIMEIRO DE MAIO- DIA DO TRABALHO (1954)


                    
                                                         PRIMEIRO DE MAIO 

                           Do livro: “CAMPOS DEPOIS DO CENTENÁRIO” – volume II

                                                                   (Waldir Carvalho)

              "Foi a  data comemorada em Campos com vários eventos: tarde dançante na sede do Sindicato dos Comerciários; corrida de bicicletas; partida de futebol entre alfaiates e gráficos e mais outra pelas equipes do Banco da Lavoura e  comerciários.Foram realizadas no estádio do Goytacaz F.C.
               Para os filhos dos trabalhadores,sessão gratuita de cinema.
              O SESI conferiu ao SR.Celso Pereira Miranda(foto) o título de PRIMEIRO OPERÁRIO PADRÃO DE CAMPOS.Este, zeloso servidor da Usina Do Queimado.
              O agraciado foi membro-fundador do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar."