segunda-feira, 5 de maio de 2014

VISITA de WALDIR CARVALHO A MÁRIO QUINTANA(1989)

                            



                                                   VISITA A MÁRIO QUINTANA
                                                             Waldir Carvalho
             (Crônica escrita e publicada na FOLHA DA MANHÃ em 21de outubro de 1989)
     
     “Nosso sonho era antigo. Finalmente chegou a hora.Escolhemos os dias que assinalam o auge da Primavera.
       Deixamos a terra de Azevedo Cruz, nossa Campos dos Goytacazes,em direção a Porto Alegre,onde o saber costuma jorrar em forma da mais bela poesia, a poesia do criador de “Canções”, “Sapato Florido”,”Baú de Espantos”...E o endereço? “A Rua dos Cataventos”. Quem nos guiaria? “O Aprendiz de Feiticeiro”...
        Fomos. Eu e meus queridos familiares(outro dia falarei das cidades em forma de jardins floridos e dos granitos multicoloridos, que servem de piso às ruas de Porto Alegre)
        Desta feita, tenho pressa em relatar o encontro emocionante com o grande poeta e homem de letras  brasileiro,MÁRIO QUINTANA, que como um deus grego,escolheu o extremo sul deste país para surgir e dele fazer o seu Olimpo.
       As portas do seu refúgio no oitavo andar do Hotel Residencial foram abertas.
       A seguir, como reflexo de um “Espelho Mágico” a deixar transparecer a própria “Cor do Invisível”  ali estava o quadro:a sala-biblioteca,ornada de livros e no centro, de mãos apertadas,eu e Mário Quintana...
      Na face do octogenário, a mais terna simplicidade de um sorriso acolhedor.Sempre alegre tomou um exemplar e fez dedicatória.(...)
     Ao me despedir, no fim da tarde ofereci-lhe o me “ Escravo Cirurgião”, a guisa de passatempo.
      Surpreendeu - se  com o leitor que o visitava.E quando soube tratar-se de algo que fora apresentado no rádio,deleitou-se em recordar de seus primórdios na radiofonia.

     E quando do aperto de mão, final, Mário Quintana,apontando um ferimento ocasional no braço (o braço esquerdo do poeta achava-se preso à uma tipóia) fez questão de dizer: ‘- Quero que leve a impressão de ter conhecido,não um poeta de pé quebrado mas de mão quebrada’...”

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