Mansidão de pássaros
Waldir Carvalho
Manhã
Canto de pássaros lá fora.
Canto feliz!
Como naquelas manhãs:
Nada muda,
Tudo fala,
A mesma coisa,
No mesmo tom de alegria,
E a felicidade, por bondade ,
Está presente.
Que bom morrer como um passarinho !
Na pausa de uma cantoria,
No auge de uma louvação de amor!
A humana criatura é tão rica
E tão pobre:
Tem tudo para fazer tudo,
Sem ser tudo,
Não vai além do quase nada,
Nesse nada que é tudo,
Busca lá fora,
O sorriso, a canção, a ternura ,
O amor, a paz, a igualdade,
Busca, enfim ,
A felicidade .
Não vê cá dentro ,
No que tem de profundo ,
A própria essência do mundo ;
Não sente
nos reais poderes seus ,
A presença feliz ,
E redentora
de Deus!
Os pássaros não mudam.
Só o homem quer mais
Anseia e se perde na sua ambição;
Tantas são as graças que recebe
Poucas são as oferendas que faz
Cansado do planeta,
Que viver noutros
planos,
Nas alturas;
Não eleva o pensamento:
Faz-se aeronauta, astronauta ,
Faz-se cosmonauta,
Faz loucuras!
Os passarinhos,
Ricos de alegria, de paz, de amor,
De ternura, vive no igual;
Não inventam,
Não lamentam,
Brincam de pique no espaço sideral.
Pela ausência do mal,
Pela presença do bem,
Vale muito a pena,cantar também.
OBS.: Como responsável pelo Blog escolhi este poema escrito por Waldir Cavalho como reflexão para o NATAL que se aproxima.
Walnize Carvalho
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