Do livro: "Praia de São Tomé" (1994)
(Waldir Carvalho)
RUA DAS ANDORINHAS
(Crônica)
“A rua em que estou morando em São Thomé foi batizada há pouco, mas seu nome encerra história, folclore.
Minha rua tem um nome pitoresco para uns e romântico para outros.
Chama-se Rua das Andorinhas. Com tantos nomes ilustres, porque Andorinhas? Explica-se o lirismo: elevado é o número desses pássaros, que cortando o azul do céu enfeitam o panorama da Boa Vista.
Belas andorinhas! Lindas, fagueiras, ligeiras, feitas para enriquecer a obra dos poetas.
Não bastaria isso para sugerir uma nomenclatura. Era preciso perpetuar um símbolo.
A história desta rua é a história das “andorinhas do Xexé”, que no passado figuraram “descantes dos reis”.
Diz-se que a andorinha, sendo ligeira, esperta, não cai no laço. Assim os cantadores costumavam comparar as moças (espertas, jovens desconfiadas, que não acreditavam no primeiro galanteador) às andorinhas que povoavam o Xexé.
Deste modo, o poder municipal consagrou o nome de Andorinhas, uma via pública da praia campista.
Infelizmente durou pouco a festa cultural. Um urubu em forma de edil, sem prudência, achou de pousar sobre a história, passar ao folclore, retirando um nome original: Rua das Andorinhas.
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