( Waldir Carvalho)
RUA DAS CABEÇAS
“ A rua, que após a Guerra do Paraguai
ganhou o nome de Aquidaban e hoje se chama , Comendador José Francisco Sanguedo
foi no passado ( por razão dramática e aceitável) tratada por um apelido
estranho:Rua das Cabeças.
Consta que, em 1805 o português e cirurgião Pedroso tinha a sua clínica
num sobrado na esquina de Treze de Maio: Santos Dumont com Beira Rio.
Morava
em frente, um cidadão conhecido por ‘Aranha’.
Vivia em Campos, o padre Lacerda, que
tinha em sua companhia uma sobrinha de nome Umbelina mas, na verdade,era sua
filha...
A moça era muito bonita o que despertou
interesse no Pedroso, que não logrando êxito em conquistá-la, planejou uma
vingança.
Umbelina nutria paixão por outra pessoa.
Sendo acometida por uma enfermidade teve que
se tratar com o cirurgião, que indagado pelo futuro noivo da moça sobre a
doença, maldosamente, informou que ela estaria curada “em nove meses”...
Padre Lacerda, tomando conhecimento de
tal fato, contratou ‘Aranha’ para matar Pedroso e pagaria 6.400 réis pelo ‘serviço’,
que não foram efetuados, pois o tiro não fez mais que um ferimento...
Suspeitos foram presos e soltos, inclusive
Pedroso, que mais tarde voltou a clinicar.
‘Aranha’
não se dava por satisfeito e prometia liquidar com o cirurgião.
E o fez da forma mais sórdida: atraiu o
médico à sua casa no Rocio e o matou com um facão e com ajuda de um canoeiro
levou o corpo para a Lagoa do Vigário.
Tempos depois, veio a descoberta que ‘Aranha’ (
que, anteriormente , era tido como um homem religioso e que até ajudava o padre
Lacerda nas missas da igreja do Rosário) era autor de uma série de crimes
hediondos no Rio de Janeiro,junto a outros delinquentes.
Em
seguida, as cabeças dos criminosos foram trazidas para Campos, onde em uma cerimônia
macabra, foram colocadas sobre a ponta de postes na via pública que recebeu o nome de Rua das Cabeças...”
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