terça-feira, 15 de julho de 2014

RUA DAS CABEÇAS

                                          Do livro: "RUA QUE NÃO É NOME DE  GENTE"
                                                                  ( Waldir Carvalho)

                                                        RUA DAS CABEÇAS
    
      “ A rua, que após a Guerra do Paraguai ganhou o nome de Aquidaban e hoje se chama , Comendador José Francisco Sanguedo foi no passado ( por razão dramática e aceitável) tratada por um apelido estranho:Rua das Cabeças.
       Consta que, em 1805 o português e cirurgião Pedroso tinha a sua clínica num sobrado na esquina de Treze de Maio: Santos Dumont com Beira Rio.
       Morava em frente,  um cidadão conhecido por ‘Aranha’.
       Vivia em Campos, o padre Lacerda, que tinha em sua companhia uma sobrinha de nome Umbelina mas, na verdade,era sua filha...
      A moça era muito bonita o que despertou interesse no Pedroso, que não logrando êxito em conquistá-la, planejou uma vingança.
      Umbelina nutria paixão por outra pessoa.  
      Sendo acometida por uma enfermidade teve que se tratar com o cirurgião, que indagado pelo futuro noivo da moça sobre a doença, maldosamente, informou que ela estaria curada “em nove meses”...
      Padre Lacerda, tomando conhecimento de tal fato, contratou ‘Aranha’ para matar Pedroso e pagaria 6.400 réis pelo ‘serviço’, que não foram efetuados, pois o tiro não fez mais que um ferimento...
      Suspeitos foram presos e soltos, inclusive Pedroso, que mais tarde voltou a clinicar.
     ‘Aranha’ não se dava por satisfeito e prometia liquidar com o cirurgião.
      E o fez da forma mais sórdida: atraiu o médico à sua casa no Rocio e o matou com um facão e com ajuda de um canoeiro levou o corpo para a Lagoa do Vigário.
     Tempos depois, veio a descoberta que ‘Aranha’ ( que, anteriormente , era tido como um homem religioso e que até ajudava o padre Lacerda nas missas da igreja do Rosário) era autor de uma série de crimes hediondos no Rio de Janeiro,junto a outros delinquentes.
   Em seguida, as cabeças dos criminosos foram trazidas para Campos, onde em uma cerimônia macabra, foram colocadas sobre a ponta de postes na via pública  que recebeu o nome de Rua das Cabeças...”





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