Com a intenção de lembrar do escritor,que no próximo domingo
- se estivesse entre nós - faria 91anos, que o Blog ( criado para trazer aos antigos e novos leitores
a vida e obra do autor campista ) que como filha e leitora do mesmo irei
transcrever trechos do seu livro biográfico:"Se Não Me trai a
Memória":
WALDIR E O
RÁDIO
“No final da década de 40, de volta a sede
do município, resolvi instalar minha alfaiataria no começo da Av. 28 de março,
em frente à R. do Riachuelo.
Na bagagem além de tesouras, agulhas e
réguas, trazia também os meus manuscritos de dramas e comédias.
Na
época, o Rádio era a novidade e a Rádio Cultura, mais conhecida no interior
como “Rádio de Campos” - sob a direção do Dr. Mário Ferraz Sampaio -
lutava por manter uma programação ao vivo e dando oportunidade às
vocações artísticas locais.
Cumpria bem o seu papel, a pioneira do Estado
do Rio.
Foi quando o locutor Agnaldo Rocha
procurou-me na alfaiataria, para um contrato de propaganda. Achei oportuno
mostra-lhe meus ‘scripts’ humorísticos.
O referido locutor não só gostou como passou
a interpretá-los em seu programa ‘Hora do Café’.
Foi
desta forma, que o caminho do Rádio me foi aberto.
Certo dia, Belcy Drumond
(outro grande radialista) apareceu, sendo portador do convite de que eu
comparecesse ao escritório da Rádio Cultura, pois Dr. Mário Ferraz Sampaio,
queria me conhecer de perto.
E lá fui eu. O diálogo entre nós foi
inesquecível. (na página 84 do livro, se lê na íntegra).
Aceitei o convite para
ingressar na emissora. Produzi quadros humorísticos intercalados aos números
musicais. Lembro-me de alguns: ‘Jornal de Ontem’; ‘A Escola do Catete’;
‘Dr .Mata A. Machado’; ‘ Hotel da Fuzarca’; ‘ O noivado da Esperança’...
E daí vieram : rádio-teatro, novela
históricas e romanceadas...
Devo ressaltar as rádio -
novelas:’A Canção de Ninar’ cujo tema foi sobre uma criança adotada e
tudo dentro dos trâmites legais,tudo sobre o figurino judicial.
‘A Sentença Divina’ me inspirei no fato daquele momento, em que a
igreja conduzida pelo Papa Pio XII, fazia campanha contra o controle de
natalidade.Ambas com temas sociais,na esperança de oferecer informação e
entretenimento.
Em outubro de 1953, a cidade
festejava o Centenário de José do Patrocínio, ’ O Tigre da Abolição,então produzi um seriado
dramático onde a ficção e a realidade se misturavam.
O
capítulo final foi ao ar no palco de cortinas abertas no auditório da
Rádio Cultura e fez parte da programação oficial comemorativa do Centenário de
Patrocínio.
Além dos programas citados, criei ‘ Nossa
Terra,Nossa Gente’ na Rádio Difusora.
Minha passagem pelo Rádio durou
uma década (1950/1960) .Foram 10 anos em que tive ‘carta branca’, para
escrever.
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